Combinações bióticas e abióticas infinitas acontecem perante os inúmeros acasos desencadeados pelo binômio saúde-doença. Há um incalculável número de variáveis atuantes e me potencial, mais visíveis ou mais invisíveis, mais ou menos perceptivas em função do que se sente. A infinitude encerra saberes e sabedorias, dispensabilidades e indispensabilidades, imperiosidades e proibições, verbalizações e silêncios. Cada caso, um acaso.
Se Hipócrates foi o mestre da primeira escola de Bioética, se várias outras aconteceram sem a noção presente do significado, a partir da introdução do neologismo, algumas escolas são apresentadas como atuantes na Bioética contemporânea.
Apesar das distinções, elas não devem ser apreciadas como obrigatoriamente excludentes entre si, pois admitem interfaces.
Os nomes das escolas não costumam ser declarados no decorrer dos processos de tomada de decisão na beira do leito, suas proposições mesclam-se com os raciocínios clínicos e reflexões éticas/morais/legais, mas as influências são notórias por quem possa ter um olhar mais crítico. Suas contribuições ocorrem em proporções variadas de acordo com o ambiente e o contexto do caso.
Se a tomada de decisão sobre conduta privilegiar o bem-estar do paciente, uma atuação de utilitarismo pode ser firmada. O alívio de uma forte dor como primeira conduta num Pronto atendimento ilustra.
Se a tomada de decisão sobre conduta sustentar-se em princípios universalmente apreciados, o universalismo está presente. A aplicação de droga bactericida, a penicilina, numa situação de estreptococcia ilustra.
Se a tomada de decisão sobre conduta hierarquizar o que é entendido como conforto, temos o personalismo. A paliação ilustra.
Se a tomada de decisão sobre conduta levar em consideração superior os princípios de Belmont, pode-se falar em principialismo. Embates entre beneficência e autonomia ilustram.
Se a tomada de decisão sobre conduta for restrita a orientações dadas por evidência científica, estaremos diante do positivismo. A medicina dita translacional ilustra.
Se a tomada de decisão sobre conduta é realizada de modo independente de fatores mundanos, cabe a classificação como realismo. Peculiaridades culturais ilustram.
