Aprender e se adaptar, muito se fala sobre esta dupla, portanto sobre inteligência no ecossistema da beira do leito. Uma motivação é a incorporação da inteligência artificial e o aprendizado de máquina a fim de elevar a qualidade dos cuidados com a saúde com previsão de efeitos altamente transformadores.
Não pode ser desprezado que a inteligência artificial é uma criação da inteligência natural que, diga-se de passagem, foi muito bem utilizada por Hipócrates, porque não? Um componente inteligente do Pai da medicina foi comprovado pelo decorrer do tempo, cerca de 26 séculos depois, o Non Nocere foi atestado na superposição ao princípio da não maleficência pela Bioética. Um alcance elogiável sobre o valor da prudência no manejo da saúde humana e que constitui um poderoso instrumento de alerta sobre o cientificismo.
O uso da inteligência natural pelos médicos filhos universais do Pai da Medicina direcionou-se majoritariamente para o bem da humanidade, infelizmente não se pode falar de totalidade dos médicos pelos abusos e atrocidades registrados na história com ênfase no decorrer do século XX. O uso da inteligência artificial será bom? Não será? Evidentemente, o tempo identificará prós e contras que não deverão ter consenso universal.
O mesmo século XX produziu duas certidões de nascimento para a Bioética, a primeira em 1927 com Paul Max Fritz Jahr (1895-1953) na Europa e a segunda em 1971 com Van Renssalaer Potter (1911-2001) nos Estados Unidos da América. A Bioética, um neologismo rapidamente incorporado, representa a inteligência crítica.
Nas próximas décadas em que a inteligência artificial irá revolucionar a aplicação da medicina, a Bioética deverá estar a postos para cooperar com os médicos – e profissionais da saúde em geral- para lidar com os desafios, dilemas e confrontos da disponibilidade do novo recurso no em torno da integração entre tecnociência e humanismo no ecossistema da beira do leito.