A clínica é soberana, o exame de imagem é poderoso, as diretrizes clínicas são marcantes. A coexistência ética destas adjetivações exige aplicá-las à tétrade formada por desejos, preferências, objetivos e valores do paciente. A averiguação da individualidade do paciente por mais que haja uma ideia de superposições de doentes em face de se tratar de mesma doença é essencial. A individuação permite bem caracterizar quais as propriedades do médico e do paciente que devem orientar a seleção de movimentos na beira do leito.
A Bioética tem forte interesse sobre a participação da voz ativa do paciente agora emancipada, comunicadora do quarteto acima referido, nestes movimentos no espaço da beira do leito e na cultura da medicina, sempre a considerando em ambos significados do termo propriedade, como algo que se possui e como expressão de qualidade especial.
É essencial suportar o exercício e conquista da autonomia pelo paciente, com responsabilidade e autoridade, elevar sua capacitação para o comportamento manifesto como voz ativa que seja ao mesmo tempo possibilitado pelo respeito do médico ao direito do paciente ao princípio da autonomia e exercido de modo respeitoso para com o médico. Não pode ser desvalorizado que o estado clínico do paciente, dor e sofrimento, tem o potencial de inibir a conjunção entre capacidade de raciocinar com autonomia e o efetivo exercício da autonomia.
A Bioética da Beira do leito valoriza o pensamento questionador com autenticidade que reflete a subjetividade que se manifesta na voz ativa do paciente devidamente amparada pelo conhecimento da parte da medicina que lhe interessa no momento. Desaparece o Assine Aqui que subverte a essência do consentimento e se faz presente a atitude de assumir o Sim, doutor ou o Não, doutor e ultrapassar indecisões.
Quando disserto sobre temas de Bioética, bioamigo, esforço-me, energizado pelas experiências com a conexão médico-paciente, em prover abrangência e profundidade a temas que não existiriam no passado e foram agregados ao pertencimento da Bioética no século XX. É quando estou do “outro lado do balcão”, um paciente com todos as angústias a que se tem direito, que reforço indubitável que Bioética é congênita na medicina.
A imortalidade de Hipócrates fazendo um pit-stop sobre Paul Max Fritz Jahr (1895-1953) em 1927 e outro sobre Van Renssalaer Potter (1911-2001) em 1971. Anatole France (1844-1924) foi muito radical em O homem comum, que não sabe o que fazer da vida, quer outra que dure para sempre. Neste contexto, Woody Allen (nascido em 935) é mais humano: Eu não quero alcançar a imortalidade pela minha obra… Prefiro não morrendo…