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1454- Non nocere imortal (Parte 5)

A observação, a comparação e a chamada experiência natural são meios para formular cadeias de causas imediatas e mediatas que sustentam seleções de uso da natureza pelo ser humano. O conhecimento histórico sobre as inter-relações entre medicina e natureza é importante para reforçar ao médico o lema do escotismo de Robert Baden-Powell (1857-1941): Sempre alerta! Pois a boa ação do dia é um pleonasmo na beira do leito.

É complexo dominar os significados da medicina, mas a sabedoria progressiva que o médico adquire ao longo da profissão é a forma necessária para ir com seriedade ao encontro de sentidos, num misto de compreensões por efeito de revelações espontâneas e da curiosidade estimulada.

Se o médico tivesse tempo disponível para parar de atender e pensar livremente, constataria que uma simples prescrição de medicamento usual agrega um altíssimo número de preparativos e desdobramentos. Nem tudo fica bem conscientizado antes e conhecido depois pelo médico. As variáveis são infinitas e o médico separar as que seriam necessariamente motivo de conhecimento das desnecessárias é tarefa jamais completa. Modelos de comportamentos neste sentido são habitualmente restritos e pragmáticos para deixar a mente a mais vazia possível para ordenar as responsabilidades mais prementes.

Tudo é relativo ensina o cientista, tudo tem dois lados diz o filósofo, tudo é parcial e provisório diz o cético, confie e desconfie ao mesmo tempo diz o sábio. O dia e a noite, a paz e a guerra, o amor e o ódio, verdades-antônimas que não existem sem o outro. Já os contos de fada e os mitos utilizam antônimos-signos como a fada e a bruxa, o porquinho e o lobo mau, a mãe e a madrasta.

É feio mentir está na conta de responsabilidade de toda mãe. A reflexão pedagógica trazida pela existência da mentira é que ela pressupõe que quem mente sabe a verdade. Portanto, não existe uma mentira dissociada de uma verdade. Quem fala a verdade não precisa ter boa memória.

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