Desta maneira, observa-se na beira do leito um movimento de dominação pendular energizado por ângulos de teoria e de prática cada qual certamente bem intencionado e mais propício dependendo da ocasião para vencer barreiras da preservação/restauração da saúde, compreendendo, por exemplo, métodos distintos como as alopáticas, condutas em nível terciário de atenção, genômica.
O oscilatório entre verdadeira subdivisão em medicina da doença e medicina da saúde dá-se entre cuidados gerais e cuidados personalizados, conduta sintomática e conduta etiopatogênica, prevenção secundária e prevenção primária, dependência do médico e inciativa própria, sistema de saúde intervencionista e empoderamento/autodeterminação do paciente, influências particulares de uma pessoa na sua saúde e influências coletivas da alçada da saúde pública como saneamento básico, controle ambiental, calendário de vacinação.
Corporificações de desejos/preferências/objetivos/valores dos distintos sujeitos participantes modulam atualmente o par autonomia-heteronomia na beira do leito. Cada indivíduo reage aos impactos no âmbito da saúde-doença à própria maneira, aos princípios e às regras, mais ativamente ou mais passivamente. A heteronomia simbólica do médico ganhou a saliente companhia da literal autonomia do paciente. À reboque, trouxe alguns tipos de conflitos.
O poder dominante do paciente de responder com um Não doutor representa aquisição de um capital cultural e possibilidade de ao se ver perante relação assimétrica com o doutor exercer vontade/opinião. Pretende-se que o direito à autonomia pelo paciente não seja tão somente um slogan ético, mas uma de fato oportunidade de atenção a suas negativas/recusas, ensejo para interação com espaço e liberdade de expressão de objetivos, preferências e valores. Equivale a um poder passível de ficar acima do alinhado ao médico/medicina baseada em evidências.
Assimetria de um conhecimento ultra especializado, confiança mútua entre os partícipes da beira do leito e aceitáveis níveis de dominação são elementos intervenientes no processo de tomada de decisão entre equipe e paciente no ecossistema da beira do leito com reflexo na manifestação do consentimento -ou não- pelo paciente.