Em relação ao tempo, lembremos William Shakespeare (1554-1616): O tempo é muito lento para os que esperam, muito rápido para quem tem medo, muito longo para os que lamentam, muito curto para os que festejam, mas para os que amam, o tempo é eterno. Assim, para quem ama a medicina, ser/estar/ficar médico e respeita a conexão com o paciente.
A ideia é que a poupança temporal pela ajuda da inteligência artificial/aprendizado de máquinas seja aplicada no processo humano da conduta consentida, plena de variáveis cognitivas e afetivas alinhadas ao acolhimento e à dedicação e que requer a inteligência humana natural para lidar com o terror do conhecimento dos frutos das árvores do bem (beneficência) e do mal (maleficência) e decorrentes experiências de ansiedade e de culpa.
A comunicação sobressai no processo de definição da conduta consentida. Comunicação que teve forte adoção de meios virtuais no decorrer da pandemia de COVID-19, quer teleconsulta, quer conexão médico-paciente por aplicativos de mensagem, com o paradoxo de reduzir e ampliar usos do tempo, com destaque para volume de solicitações a qualquer momento com diversidade de objetivos e suas implicações empáticas e adições em prontuário eletrônico e suas conotações éticas.
Dada indispensável exigência de desempenho qualificado do médico e necessidade de recursos para elaborar sequentes adaptações com destaque para os providos pela inteligência, paira sobre a beira do leito contemporânea, a questão ao gosto da Bioética sobre quão útil seria o auxílio da inteligência artificial para o cumprimento das novas formas de demanda à comunicação. No momento, opiniões promissoras e adversas aguardam evidências empíricas.