Agora bioamigo, vem o enrosco da época. Mais recentemente, a inteligência artificial/aprendizado de máquina incorpora-se no ecossistema da beira do leito como um abiótico com viés biótico, projetando mais eficiência na obtenção do conhecimento e rapidez na tomada de decisão, inegáveis aprimoramentos. Quem não se encanta com a inteligência natural que produz inteligência artificial? Mas – sempre existe espaço para um mas – uma situação de Canto das Sereias seria admissível?
Possibilidade que faz o legítimo otimismo conviver com inevitáveis apreensões. Destacam-se imaginações de possibilidades destituídas de valores morais que prezamos, a reboque de processos psíquicos sustentados por insistentes perspectivas de um futuro sempre melhor do que o presente.
Máquinas se multiplicam em funções no ecossistema da beira do leito e absorvem idealizações supremas, quais novos deuses, e associadas a uma curiosidade geográfica, o divino se faz desde um vale – do silício- no lugar de desde uma montanha- Olimpo.
O susto pelos impactos presumíveis/imprevisíveis da inovação/renovação transformadora é de tal monta que estudiosos/desenvolvedores movimentam-se entre angústias e propõem, inclusive, uma moratória no desenvolvimento da inteligência artificial/aprendizado de máquina para mais adequada avaliação de efeitos sobre a humanidade. Novo cavalo de Troia?
Enquanto isso, bioamigo, é útil recordar que competência vai além do conhecimento, inclui habilidade e atitude (como pensamento/intenção e comportamento (como efetiva realização). Assim, a Bioética da Beira do leito entende que há um tempo economizado pelo imediato resultado obtido por tão somente ligar uma máquina na tomada, apertar alguns botões e fazer ajustes de necessidades, vale dizer, mais rapidez sobre o desenvolvimento das condutas recomendável e aplicável.