Uma pergunta se impõe: A (mais adequada) qualidade aplicada pelo médico ao sentido de prontuário como comunicação com o paciente e com a medicina reflete uma disposição interior ou o temor de se subjugar a uma infração ética? Sabemos que há prontuários e prontuários… Que certa preguiça de escrita não é incomum fazendo do prontuário um verdadeiro tweet… Que a seleção das informações nem sempre é criteriosa – o tal do enchido e não com o senso de preenchido.
Reforçando, considerando que a transparência entre médico e paciente alinha-se à visibilidade da medicina praticada, será que a comunicação médico-paciente seria meramente um quantum satis lacônico se o poder profissional do médico não tivesse controles éticos e legais?
Felizmente, testemunhamos o majoritário compromisso do Medico sapiens com dar satisfação de seus atos. E o Medico ciborgue tocado pelo transumanismo como se comportará à medida que vai se tornando mais ciborgue? A inteligência artificial ao mesmo tempo em que promove a beneficência/não maleficência traz perspectivas de descompromisso? Ou, então, o paciente ficará sabendo que a recomendação a ser consentida é, essencialmente, fundamentada em inteligência artificial? Varia a confiança?
Em outras palavras, a inteligência artificial é um instrumento para a tomada de decisão do médico que incorpora fortemente máquinas (cérebro eletrônico) ao cérebro sapiens e que no aspecto prático da comunicação da recomendação aplicável corre o risco de ficar com o detalhamento da participação oculto do paciente. Aspecto relativo à validação da inteligência das máquinas na beira do leito e que faz lembrar de Isaac Asimov (1920-1992) e suas leis da robótica.
