PUBLICAÇÕES DESDE 2014

1328- Medico sapiens e Medico ciborgue (Parte 1)

“… Considerando que possivelmente logo seremos capazes
de manipular inclusive nossos desejos, a verdadeira pergunta a ser
enfrentada não é O que queremos nos tornar, mas O que queremos querer…”
“… O objetivo de criar uma mente dentro de um computador
não é para curar doenças e salvar vidas, mas a busca da imortalidade…”
Sapiens, Yuval Noah Harari (nascido em 1976)

A civilização que existiu na Grécia Antiga desde o período Pré-Homérico (iniciado em 2000 aC) até o período Helenístico (terminado em 146 aC) conviveu com os constructos da fé na inteligência divina e da crença na inteligência humana.

A humanidade globalizada, atualmente, coexiste com a confiança no valor da inteligência artificial. Em outras palavras, a inteligência humana forja formas de credibilidade para lidar quantitativa e qualitativamente com conteúdos complexos alinhadas às conjunturas cognitivas da época.     

Na evolução da medicina, um marco da interação com a inteligência humana é Hipócrates (460 aC-370 aC) quem se tornou o Pai da medicina porque, como indicam relatos históricos, revelou-se inteligente bastante por reunir iniciativa, conhecimento, respeito e capacidade prática de resolução de problemas, além de moderação, prudência e aptidão verbal, conjunto que o sustentou pensar logicamente com abrangência e profundidade, balancear informações e comportar-se criativo e indutivo. 

Ao retirar a atenção à saúde humana dos deuses gregos, rejeitando o anonimato, Hipócrates alinhou a medicina ao ecossistema ao seu entorno e, assim, pretendeu obter resultados humanos por uma reestruturação entre natureza e cultura que lhe proporcionasse condições para aplicar o disponível  biótico e abiótico da natureza.

Desde então, objetivo médico do bem-estar/qualidade de vida/sobrevivência do Homo sapiens direcionou-se para uma indissociável da medicina observação arguta clínica e experimental, fontes de apreço e de confiança pelo conhecimento “verdadeiro”, e o aproveitamento dos órgãos dos sentidos, bem como para a imprescindibilidade da ética entre humanos em meio a deliberações e hesitações e, mais especificamente a partir do século XX, ganhou a bem-vinda companhia da tecnologia.   

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