A Bioética da Beira do leito enfatiza que uma palavra-chave neste feedback é pensamento computacional, o que, na beira do leito, traz uma expressão de ciborgue funcional ao médico contemporâneo. O pensamento computacional, bioamigo, deve ser entendido como processo independente da presença física da tecnologia, insere-se “desplugado”, e não pressupõe saber como funciona um computador ou como programas devem ser manejados. O pensamento computacional corresponde a uma absorção do processo baseado na abstração e no pensamento crítico que sustenta o cognitivo computacional.
Segundo Jeannette Marie Wing (nascida em 1956) Pensamento computacional refere-se à ferramenta mental que nos permite fazer o melhor uso das ferramentas de metal.
O pensamento computacional ao beneficiar o médico lidar com o problema clínico sob um desenho das técnicas utilizadas na ciência da computação, apoia o binômio busca/encontro da melhor solução utilizando a amplitude dos recursos materiais e imateriais disponíveis.
Valer-se “internamente” da perspectiva assemelhada a de um computador, no que puder se enquadrar no computacional e especialmente perante complexidades, amplifica o processo do raciocínio clínico com um quê de eficiência de máquina que tem como matéria-prima a experiência pessoal e a literatura. Neurociência e ciência da computação de mãos dadas na pretensão de um porvir que conjugue verdades e valores favoráveis à coexistência/sobrevivência do ser humano em seu ecossistema, melhor se considerando preceitos da Bioética.
A recompensa da incorporação do pensamento computacional alinha-se à habilidade do médico em perceber-se executando com maior fluidez um processo de transformações de fatos e dados rumo ao objetivo clínico. A partir de decomposições, o uso do pensamento abstrato tende a conviver com menos atritos nas reordenações, na promoção das reunificações que se tornam contribuições resolutivas.
A Bioética da Beira do leito reforça que o pensamento “algoritmo” facilita direcionar reconhecimentos de padrões e similaridades acumulados pela experiência profissional, desta forma facilitando realizar desdobramentos simplificadores para lidar com a complexidade (plexus=dobra).
A Bioética da Beira do leito destaca o valor do pensamento lógico como parte integrante do pensamento computacional, pois auxilia em reconhecimentos de expansões e limitações do processo criativo e na utilização das técnicas tanto de indução, quando parte-se de dados ou fatos semelhantes rumo a uma expressão comum (dos efeitos para as causas), quanto de dedução, o inverso, quando parte-se da causa para os efeitos por interpretação de dados.
A Bioética da Beira do leito reforça que a formação do médico deve incluir o pensamento computacional a fim de facilitar entender como as coisas da medicina funcionam e se transformam rapidamente pela constatação de padrões comuns entre as composições. É competência desejável a fim de desenvolver uma convivência mais útil e ao mesmo tempo menos submissa com a tecnologia, mais parceira, menos consumista.
Em suma, o pensamento computacional é competência moldada por decomposição, abstração, reconhecimento de padrões, desenho algoritmo e metacognição que deve ser desenvolvida na formação do médico contemporâneo.