A sequência do exercício profissional do médico desde a formatura até a aposentadoria associa-se a uma ordenação de condutas orientadas pelo continuado progresso científico cada vez mais acelerado desde o século XX. O tempo jamais ficou totalmente imobilizado na medicina desde Hipócrates, embora com longos períodos de passos muito curtos, mas fundacionais, artífices da admiração e do entusiasmo propulsores de movimentos.
A medicina, ao ser retirada dos deuses, foi dotada da força energética para seu desenvolvimento, irreversível porque existindo doenças, fica-se doente, o que é vigoroso estímulo para a busca da recuperação/persistência da qualidade de vida.
São sucessivas medicinas que exigem reciclagens, atualizações, estímulos desde os casos, permanente pensamento crítico, prudência renovada, tensão permanente com a integração do clássico com a inovação,
À medida que o noviciado se afasta, fica evidente para o médico que há o ontem, há o hoje, há o amanhã, o regozijo pelo hoje mais eficiente que ontem, a expectativa pelo amanhã mais resolutivo. Muitos anúncios, muitas perspectivas, muitas conclusões de pesquisas sobrevoando, aguardando validação confiável.
Há fluidez, há vaivéns, há incertezas, há ambiguidades, há surpresas que acompanham a aplicação de evidências frescas em velhas situações clínicas. Há muita informação com ampla pluralidade de fontes e de acolhimento pelo racional e pelo emocional.
Há benefícios para a qualidade de vida, para a expectativa de vida, há vantagens para o trio diagnóstico-terapêutica-prevenção. Há muita responsabilidade envolvida a reboque de conhecimentos e habilidades promissores, mas também alinhada a atitudes profissionais, imperativamente adjetivas como humanas em se tratando de medicina e do simbolismo hipocrático.
Em meio a tudo isso há um constructo denominado de Bioética e que rapidamente deixou de ser neologismo. Não é anatomia, não é histologia, não é fisiologia, não é fisiopatologia, mas, um pouquinho de tudo integrado a conhecimentos e habilidades plurais e de alta relevância para a conexão médico-paciente-familiar.