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1235- Identidade, independência e cooperação unidas pelos valores (Parte 1)

Somos o que nos tornamos, sentenciou Aristóteles (384 aC-322 aC). Interações multidimensionais no currículo da vida, escolhas sobre pessoas, coisas e pensamentos, contam muito na nossa formação e, na área da saúde, incluem a aplicação de habilidades cognitivas e sociais objetivando tudo o que possa promover boa saúde individual e coletiva.

Profissionais da saúde, apoderamo-nos de ciência e circulamos com responsabilidades sobre duras realidades humanas orientados pela tradição e pela inovação. As verdades tecnocientíficas tais como possamos conhecê-las incrustam-se na consciência profissional e sustentam o comportamento ético. Todavia, a instrução que as fundamentam não têm poder absoluto sobre a opinião do paciente, ou seja, o não consentimento do paciente impede coerções do pensamento e da comunicação de verdades fidedignas de recomendações ao mesmo, e deve ser respeitado por mais inoportuno que seja considerado. Assim nos tornamos éticos neste século XXI.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A missão do profissional da saúde, invariavelmente, torna-se parte de um processo vital biológico, que, como referido por Hannah Arendt (1906-1975), tem um incessante metabolismo devorador. Na saúde, gosto se discute, pois é tanto fator de risco de doença quanto de preservação da saúde. A Bioética coopera para lidar com inevitáveis controvérsias, imprecisões e estranhezas. Pelo menos, ajuda a perceber como as coisas funcionam em interações entre emissão e recepção de atendimentos à saúde, algo como, por exemplo, constatar a curiosa variação geométrica da pizza: a partir de uma bolinha de massa, confeccionada redonda, entregue em casa numa embalagem quadrada e consumida em triângulos.

Entramos leigos na faculdade, saímos profissionais autorizados a receber uma licença numerada do Conselho de classe e, então, precisamos pertencer, transitar entre o individual e o coletivo, ligar-nos e independer, adquirir o poder de ser, afirmar-nos e ser reconhecidos pelo mérito. Necessitamos de modelos – gente como pretendemos ser-, os encontramos em variadas formas, realizamos vaivéns entre teorias e práticas, precisando ser conscientes que palavras e comportamentos que possam servir de orientação são expressões humanas, portanto sujeitas a distintas influências, ambiguidades e conflitos de interesses.

Inserimo-nos no ecossistema da beira do leito que, em permanente busca da estabilidade, do equilíbrio e da autossuficiência, reúne recortes de saber ditos de especialidades e/ou de disciplinas e intercâmbios entre métodos e conceitos em prol da atenção de profissionais da saúde às necessidades individualizadas dos pacientes.

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