Bioamigo, você já deve ter ouvido sobre Decisão Compartilhada entre profissional da saúde e paciente na beira do leito. Entendo que, inclusive, a pratique no seu cotidiano, mesmo sem assim nomear, embutido no seu profissionalismo respeitoso, redundância que nunca é demais enfatizar em tempos de presenças de pós-verdades, modernidade líquida e dificuldades de compreensão sobre deveres e direitos na conexão profissional da saúde-paciente/familiar.
Em termos bem sintéticos a Decisão Compartilhada é um processo de análise e escolha de opções com interdependência entre as partes e que se beneficia pela fundamentação na Bioética da Beira do leito para Educação, Treinamento e Aplicação a respeito de encaixes entre o clássico, a inovação, a novidade e a Bioética sempre considerando as realidades de um Brasil pluriétnico e multicultural.
Bioamigo, em tempos passados de carência de métodos beneficentes na saúde, surgiram o Primum non nocere de Hipócrates (460ac-370ac) e a proibição preventiva pela autoridade do médico, expressa num Não ao paciente sem nenhuma chance de diálogo com o paciente.
Michel Peter (1824-1893), um professor de medicina em Paris elaborou o que ficou conhecido como aforismo de Peter, uma recomendação visando evitar o agravamento de cardiopatia pela sobrecarga circulatória provocada pelo ciclo gravídico-puerperal.
Jean Alfred Fournier (1832-1914) também professor de medicina em Paris era especialista em sífilis e dirigente da Sociedade Francesa de Profilaxia Sanitária e Moral e aconselhava os adolescentes a se casarem ao completarem 18 anos de idade a fim de evitar contraírem doenças venéreas.
O primeiro código de ética brasileiro foi o Código de Moral Médica de 1929.
O Código de Deontologia Médica de 1945 reconhecia ainda o paternalismo forte na conexão médico-paciente.