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353- O valor de ser médico com disciplina

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Crédito: https://endireitados.jusbrasil.com.br/noticias/236821313/desenvolvimento-pessoal-a-disciplina-e-o-comprometimento-no-seu-projeto-de-estudo

Um atendimento de excelência na beira do leito subentende uma disciplina técnica e ética por parte do médico. Um aproveitamento eficaz das recomendações médicas supõe uma disciplina de cumprimento por parte do paciente. Uma evolução favorável pós-procedimentos invasivos depende de disciplina do paciente na sujeição a determinações por antevisão de fases evolutivas. A prevenção de uma série de doenças de natureza virótica requer uma disciplina ao cronograma do calendário de vacinação. A extração de evidências sólidas de uma pesquisa clínica exige uma disciplina de subordinação à concepção autorizada do estudo por parte de pesquisador e voluntário da pesquisa. A produtividade da formação do médico cada vez mais ampliada e complexa em seus aspectos técnicos, científicos e humanos demanda uma disciplina à pedagogia do currículo.

Depreende-se, pois, que disciplina é essencial no atendimento às necessidades de saúde quer no que se refere a uma política estatal, quer na individualidade de um caso. Todavia, lidar com disciplina não é simples, inclusive porque não basta o reconhecimento do seu valor, a condição humana tende a indisciplinas como a notória manutenção de hábitos nocivos à saúde como tabagismo, sedentarismo e inadequação alimentar, apesar da enorme divulgação sobre os males.

Disciplina não ajetivada é termo associado ao bem, dispensa um adjetivo – boa -, o que precisa ser aposto quando se apresenta às avessas do projetado como padrão- ele tem péssima disciplina na realização de suas tarefas. Ninguém é 100% disciplinado, mas a Ética médica pressupõe que médico mantenha o foco nos objetivos e resista a desvios de atenção e a quedas da motivação.

Por isso, o valor que a Bioética da Beira do leito dá à constância do exercício da prudência na estruturação de tomadas de decisão pelo médico na beira do leito com o máximo possível de equilíbrio entre benefício conceitual presumido e segurança individual pressentida.

A sustentação do instrumento da disciplina no pensar e no atuar solidifica-se pela rotina. Justifica-se educar-se para uma sequência arrumada de procedimentos porque ela é reconhecidamente vantajosa na medida em que organiza e assim evita dispersões nos propósitos e na medida em que se mantém permanentemente sensível a absorver ajustes corretivos de más experiências.

Rotina, como o rio, flui mudando sua composição permanentemente abastecida desde nascentes, que na beira do leito representam transformações de métodos potencialmente agressivos em efeitos de realidades beneficentes, assim como a natureza faz nascentes juntando o altamente inflamável hidrogênio ao oxigênio facilitador de combustão e produz H2O refrescante.

Em tempos de Medicina baseada em evidências e aplicada exigente de consentimento pelo paciente, a auto disciplina do médico na essência do seu profissionalismo é fator de conforto de consciência e traz o préstimo do acolhimento pela racionalidade não exagerada e o valor da contenção de certos impulsos e sentimentos passíveis de provocar  “violências bem-intencionadas”.

 Reproduzindo um aforismo judaico, impor disciplina a si mesmo é uma das grandes vitórias do homem contra si mesmo.

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