PUBLICAÇÕES DESDE 2014

CBio8-O que Jornalistas pensam sobre Humanização em Saúde

 Concilia Ortona Reyes

Paulo Antonio de Carvalho Fortes

Concília
Concilia Ortona Reyes

 

 

 

Paulo Antonio de Carvalho Fortes Professor Orientador
Paulo Antonio de Carvalho Fortes
Professor Orientador

 

 

 

 

 

 

 

Na elaboração da Dissertação de Mestrado Percepção de Representantes da Imprensa Escrita a Respeito de Humanização do Atendimento à Saúde na área de Conhecimento Serviços de Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da USP ouvimos pauteiros, repórteres ou editores que se dedicam à editorias de Saúde de jornais e revistas conhecidos e de alcance nacional, produzidos a partir da capital de São Paulo.

Logo nas primeiras respostas relativas ao conceito e à prática da Humanização, os jornalistas que atuam na área da saúde demonstraram apenas uma vaga noção a respeito da existência de uma política estruturada sobre o assunto, referindo-se às primeiras iniciativas no tema –dirigidas à saúde mental, ao parto humanizado, a ação do voluntariado, como Doutores da Alegria– como sendo humanizadoras do atendimento.

Aqui, também foram lembrados tópicos sobre assistência ao pré-natal, assunto que, curiosamente, foi usado tanto para abordar práticas Humanizadas quanto Desumanizadas.  Como histórias referentes à desumanização histórias de pacientes idosos esperando horas a fio pelo atendimento; pessoas com dor, sendo “largadas” em corredores em macas dispostas de maneira amontoada, entre outras, e à prática de dirigir-se ao atendido de forma inadequada, ou, como resumiu um dos entrevistados, “como se fosse um idiota”.

Aqui, a defesa dos direitos dos cidadãos marcou a tônica das falas, enfatizando que a Humanização passa pelo respeito ao paciente como indivíduo e pressupõe atitudes básicas, como chamá-lo pelo nome, em vez de, por exemplo, referir-se ao mesmo como “tio” e “mãezinha” (no caso de acompanhantes de pacientes pediátricos).

Em outro ponto da pesquisa, os jornalistas consideraram o médico como figura essencial para atingir-se um atendimento humanizado em saúde: ainda que enfrentem dificuldades de estrutura do hospital em que atuam, os jornalistas desejam que o médico seja, ao menos, abnegado, prudente e atento às necessidades dos atendidos.

Por fim, a pesquisa trouxe elementos para a reflexão de que, se os jornalistas que atuam em saúde demonstram desconhecer o significado e a aplicação do conceito de Humanização no atendimento à saúde e que, por isso, esforços deveriam ser direcionados a identificar a existência de distorções de entendimento que levam os jornalistas – e mesmo, os representantes da direção de hospitais – a confundir iniciativas de Humanização voltadas à melhoria da ambiência como mais uma forma de obter-se lucro.

 

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COMENTÁRIOS

Uma resposta

  1. Pois é, há um nó na cabeça de grande parte da imprensa quanto ao papel do médico: se de Deus ou humano em carne e osso. Acredito que o mesmo ocorra com os professores. Humanização no atendimento envolve condições e ambiente de trabalho, assim como remuneração, adequadas, portanto, ela vai além do médico, é a sociedade junto aos profissionais de saúde quem deve definir que tipo de assistência ela deseja. Não podemos pensar em uma medicina humanizada dentro de uma gestão de saúde equivocada do SUS e da medicina privada que trata a saúde como a linha de produção industrial. Condições inadequadas de trabalho criam resistências e conflitos em todos os níveis de atuação profissional, levam a respostas e comportamentos inadequados como agressões e uso de drogas.

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