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81-Mais Bioética nos hospitais de São Paulo

O Hospital que você frequenta como profissional ou como paciente tem uma Comissão de Bioética?

Pois é, todo hospital deve ter a sua Comissão de Bioética.  E com este objetivo, um grupo de idealistas trabalha com afinco no estado de São Paulo. Sob a bandeira do CREMESP, ele desenvolve um projeto pioneiro dentro da estrutura do Centro de Bioética.

Próximo de completar um ano de atividades, as repercussões iniciais foram positivas e animadoras. Respostas de diretores clínicos a cartas enviadas demonstraram  que interesse existe. O que significa próximos passos no sentido do planejamento  e do apoio na transferência de experiência.

Definitivamente, uma Comissão de Bioética hospitalar não é nem surpérflua, nem um estorvo. Não lhe dar valor é  virar as costas para um instrumento de eficiência para a gestão moderna da beira do leito.  Quando se conhecem os reais benefícios da Bioética hospitalar,  gera-se algo como: “…Não podemos perder esta utilidade! Precisamos dar-lhe um espaço. Somente o técnico-científico não resolve tudo. É imperativo apreciar os aspectos relacionados à natureza humana, pois ela é diversificada em seus valores, é exigente do empenho do profissional da saúde e dos próprios desejos e está atenta a métodos  beneficentes e a resultados pretendidos ou frustantes…”

O Centro de Bioética do CREMESP está estruturado para dar a devida sustentação às Comissões de Bioética em formação. Isto porque a agregação dos seus membros deu-se pelo currículo de dedicação continuada e profícua às causas da Bioética em seus ambientes de trabalho. Poucos sonham em ser muitos! Alguns nós pretendendo expandir-se numa rede! O pensamento dos membros do Centro de Bioética  é facilmente revelado pelo brilho no olhar de cada um ao falar de suas intenções e ações em prol de uma confederação de Comissões de Bioética no estado de São Paulo.

O Centro de Bioética pretende que cada um dos hospitais do estado de São Paulo analise a constituição de uma Comissão para dizer “sua”. Que se afaste qualquer ideia de um controle por parte do CREMESP.  O intuito é tão somente catalizador, proporcionar a reação formadora de um novo Fórum ético, com a cara de cada hospital. Não tem nada a ver com a Comissão de Ética Médica, um braço do CRM nos hospitais por força de legislação. Uma Comissão de Bioética é de formação voluntária, produto da vontade de poder contar com a modernidade nos cuidados com a saúde da melhor maneira ajustada ao respeito às individualidades.

Uma Comissão de Bioética é  bom para todos aqueles que frequentam um hospital.  É uma consultoria para a Alta Direção, para a relação médico-paciente, para a relação Medicina-médico, para a relação Medicina-paciente, para a relação instituição-médico, para a relação sistema de saúde-instituição, etc…, etc… É instrumento para  a reversão de más práticas, para o controle dos abusos, para o acompanhamento das tendências sociais  da Medicina, enfim, para a harmonia da eticidade dos cuidados com a saúde. Todas as Comissões de Bioética vigentes cresceram ao longo do tempo.

Todos sabem o quanto dilemas e conflitos não faltam à beira do leito. Discuti-los com quem? A experiência mostra que os hospitais que dispõem de Comissão de Bioética têm diretores, profissionais de saúde  e pacientes mais bem atendidos em suas necessidades de tomadas de decisão  difíceis e de atenção diferenciada.

Uma Comissão de Bioética é fundamental para uma visão de Saúde focada na pluralidade, na interdisciplinaridade, até mesmo na transdisciplinaridade que se preocupa com os aspectos metafísicos da vida. São muitas e diversificadas as questões do dia-a-dia e uma Comissão de Bioética constituída de maneira multiprofissional terá sempre uma palavra integral  e experiente. Um ensina, muitos aprendem, todos se beneficiam em rodízio intelectual. Desde o nascimento até a terminalidade da vida, passando por aspectos clássicos e inovadores, não faltam temas para motivarem discussões acaloradas, aquela ginástica mental que proporciona força propulsora e assessora de decisões éticas e morais.

Entendo que é fundamental  a liderança de um membro do hospital bem identificado com a cultura do mesmo. Caberá a ele a missão de locomotiva, encontrar e percorrer os caminhos e agregar os “vagões” para o transporte de ideias, propostas, resoluções, e mais do que tudo, de seres humanos cuidando e sendo cuidados. Estações de embarque e de desembarque se multiplicam rapidamente.

O convite está lançado! Bioamigo, divulgue! Encontre perfis. Qualifique o hospital em que você é profissional ou paciente, reivindicando a instalação de uma Comissão de Bioética. É investimento com dividendos garantidos!

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Dr. Antonio Cantero Gimenes
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Dra. Janice Caron Nazareth

Os 2 experts em Bioética que estão à frente do Projeto no Centro de Bioética do CREMESP são a Dra. Janice Caron Nazareth do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e o Dr. Antonio  Cantero Gimenes do Hospital do Coração. Mais informações no Centro de Bioética pelo telefone 5908 5647.

 

Bioética, não chegue à beira do leito sem ela!

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COMENTÁRIOS

2 respostas

  1. Infelizmente, a Comissão de Ética – como chamávamos – só era requisitada quando ocorriam problemas na relação médico paciente ou com a Instituição, na época que eu trabalhava em hospital. Não existia ações preventivas e, por isso, era vista sempre como um órgão punitivo!

  2. Fernando, os cursos para os membros das CEM estimulam um papel ativo e preventivo, não punitivo, aliás elas não tem autonomia para punir, esta é uma prerrogativa do CREMESP e não das CEM. O que falta é uma maior conscientização e participação dos profissionais que, mergulhados nos afazeres e atazanados por um sistema de saúde caótico, afastam-se de uma atuação política efetiva nos locais de trabalho. Ao se candidatar à CEM o colega deve ter consciência da importância que terá no local de trabalho, participar do curso que forma os membros de uma CEM, conhecer detalhadamente seus limites de atuação, e deve ser cobrado pelos colegas. infelizmente, não é o que ocorre, nisso todos nós temos culpa, estamos sendo passivos demais com tudo que está ocorrendo na área de saúde. Precisamos sair desse olhar de que o outro deve resolver nossos problemas, nós é que devemos ser agentes de mudanças.

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