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374- Reais Comitês de Bioética

Era uma vez um reino longínquo onde os habitantes tinham excelente saúde. Os sábios locais concluíram que a ótima qualidade de vida e o bem-estar vigentes há gerações eram produto de uma feliz inter-relação abrangendo: a) as pessoas por meio de predisposições biológicas favoráveis ligadas à carga genética e a hábitos de preservação; b) o meio ambiente resguardado quanto ao clima e as condições de habitabilidade; c) a destacada organização para promoção da saúde pública possibilitada pela suficiência de recursos humanos, materiais e financeiros.

Ficou bem identificado um alto nível de responsabilidade dos cidadãos com o equilíbrio desta reciprocidade por meio de cuidados com si próprio motivados pelas bençãos das propícias heranças genéticas, pelo respeito à natureza em si e pela contribuição para a infra-estrutura comunitária.

Desde o ensino fundamental, noções sobre cidadania enfatizavam o que denominavam de A essência da saúde, esclarecimentos sobre a referida tríade que criavam um producente sentimento coletivo de pertencimento. Após completar um número de horas teóricas e de prática com ênfase na vigilância do equilíbrio, cada um passou a receber um certificado de membro honorário do Real Comité de Bioética, instituição criada para assessorar o dever com as coisas da saúde no amplo espectro entre a molécula e o ambiente.

Dez cidadãos compunham o Real Comité de Bioética, eleitos pelo povo a cada cinco anos e sem direito à recondução, uma norma pétrea que visava maior abrangência do comprometimento da população. Esta disposição de permanente renovação foi uma conquista social idealizada pelos pioneiros que perceberam que seus ideais de constituição de um órgão voltado para promover a qualidade da convivência – pessoas, animais, natureza- precisavam ser capilarizados na comunidade.

Recentemente, o veemente discurso de um pioneiro da Bioética por ocasião da comemoração de 20 anos de criação do Real Comité da Bioética motivou uma expansão dos Comitês de Bioética. Ele destacou a necessidade da presença de Comitês espalhados pela nação que multiplicara a população e ocupava maior espaço territorial, a fim de melhor cumprir o papel de apoio, especialmente  em momentos de controversas tomadas de decisão de interesse do cotidiano.

Em consequência, entrou em vigor uma lei que determinava a constituição de um Real Comité de Bioética nas diversas regiões do país e a organização de uma Confederação nacional de Bioética pela representação de cada regional.

Em pouco tempo, o reino maximizou a excelência na inter-relação pessoas- meio ambiente-comunidade acompanhado por uma modernização dos conceitos. Uns hierarquizavam a ética da virtude e o profissionalismo, enquanto que outros destacavam princípios argumentando que comportamentos virtuosos dependiam do rigor no trato do livre-arbítrio, real utilidade e evitação do dano. Uma corrente preferia renomear os componentes da tríade fundamental para maior clareza sobre o foco na saúde. Desta maneira, pessoas eram chamadas de paciente ou voluntário de pesquisa, comunidade tornou-se instituição de saúde abrangendo específicos recursos humanos, materiais e financeiros e meio ambiente ganhou analogia com sistema de saúde.

Verificou-se que ao mesmo tempo que a taxa de conflitos no âmbito da tríade elevava-se, muito porque passaram a ser melhor conhecidos pela interação com os facilmente disponíveis Comitê de Bioética, elevou-se a eficácia da consultoria para incorporação de conhecimentos e de habilidades para não somente efetivar ações de evitação, como também de resolução de percentual expressivo de desarmonias no decorrer de processos de tomadas de decisão.

A Bioética firmou-se como catalisador eficiente de ajustes às diversidades de circunstâncias para a efetivação de consentimentos mais harmoniosos, ao mesmo tempo que cresceu a consciência que a função de catálise representava apoio a reações sem incorporações nas partes.

Atualmente, o reino vive uma incrível expansão do saber científico e da inovação biotecnológica. Novas formas de pensar e de se comportar  da sociedade aconteceram em feedback com este progresso. Os Reais Comités de Bioética em número crescente em face da expansão demográfica veem-se diante de inéditos aspectos da moralidade.

Desejos no campo da sexualidade até então insatisfeitos encontraram caminhos de realização pela conquista de novos métodos influenciadores da fecundação/reprodução/perpetuação da espécie. Uma bancada feminista trouxe destaques de pensamentos sobre a tríade fundamental – genética dos gêneros e hábitos tradicionais, organização comunitária e atenção ao meio ambiente-, como que visando a um compromisso de intenções que deveria ter guiado a seleção do casal humano que iria entrar na arca de Noé.

O nível de  inteligência da comunidade que sempre foi considerado alto ficou questionado pela observação de possibilidades de superação pelo desenvolvimento de inteligência artificial. O potencial de a criatura suplantar e dominar o criador não inibiu as pesquisas sobre ganhos de lucidez que muitos apreensivos desejavam  e replicou numa ideia de fortalecer a destreza dos humanos. Era preciso mexer na genética, o que provocava uma inquietação porque tocava num componente essencial da tríade sustentadora da qualidade da saúde coletiva. Aproveitando a oportunidade, pais se interessaram pela realização de pequenos ajustes genéticos em seus conceptos, criando condições para o desenvolvimentos de aparências e de habilidades que valorizavam. Radicais falavam em pacto com o diabo e lembravam Fausto de Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) e as consequências, apelando para intervenções nacionalistas dos Reais Comitês de Bioética.

Muitos outros dilemas foram encaminhados aos Reais Comités de Bioética, não faltavam novos desafios, a pluralidade de apreciação crescia pela expansão populacional e pelos efeitos da tecnologia na condição humana. As gerações modificavam-se rapidamente em função de subentrantes modelos de civilização.

Numa inversão, netos ensinavam avós a usufruir dos bens da comunidade. O peso da Bioética sobre a convivência elevou-se exponencialmente. Um reconhecimento logo eclodiu: Que seja consignado um sincero agradecimento aos pioneiros que vislumbraram o valor da constituição de comités de Bioética como ferramenta para a mais adequada convivência entre carga genética e hábitos de preservação de pessoas, condições de habitabilidade e organização comunitária em seus amplos sentidos.

 

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