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350- Polimedicação e idoso (1)

Polimedicação tem inconvenientes. Eles se acentuam quando os medicamentos associados objetivam efeitos sobre o sistema nervoso central entre pacientes acima de 65 anos de idade, prática que duplicou nos últimos anos, especialmente pela prescrição de opioides para queixas de dor, com números mais expressivos entre moradores de áreas rurais. Fator considerado relevante é a expansão dos cuidados primários com a saúde mental com prescrições sem rígida atenção a critérios desenvolvidos no meio psiquiátrico.  http://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/fullarticle/2601416.

Sob o ponto de vista da Bioética, a recomendação do uso de fármacos em idosos situa-se num plano elevado do desvelo com a tríade de suporte prescritor (Quadro) da atual Medicina que é tão rica em imediatas disponibilidades de princípios ativos em simples comprimidos, quanto modesta em suscitar preferências por métodos não farmacológicos que requerem mais esforços de adesão pelo paciente, consequentemente a dedicação pelo médico de mais tempo para o convencimento. Enquanto o benefício pode ser entendido como desatrelado de faixas etárias, a segurança e o consentimento associam-se a mais preocupações com ineficiências, interações e malefícios entre os idosos.

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Evidentemente, há infinitas circunstâncias sobre dor, ansiedade, insônia e depressão que afetam a terceira idade admitindo percepções de intensidade da manifestação, ocasionalidade ou persistência e interferência na qualidade de vida.

Cada caso de idoso exige dedicados planejamentos sobre uso transitório ou continuado de droga com atuação no sistema nervoso central, havendo o ideal e o possível na recomendação, este sempre tendendo a superar aquele, pois envolve ajustes a realidades clínicas, peculiaridades da condição humana, alocação de recursos e sistema de saúde de modo geral.  Não faltam exemplos de prescrições para curto tempo de uso que se prolonga pela cronicidade do caso -bem ou mal atendido-, chegam à beira de um vício e colocam decorrentes malefícios num primeiro plano de atenção em substituição ao diagnóstico primário.

 

 

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