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335- A História como fio condutor na beira do leito

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Pentágono da beira do leito

O médico não costuma interessar-se pela história da Medicina. Deveria. No passado, ele encontra celebridades modelos de ser médico, conhece pessoas que cita como epônimo de doença, manobra ou sinal clínico, apreende porquês dos valores tradicionais da beira do leito e motiva-se para análises críticas da profissão através dos tempos, compreensão que contribui para reforçar intenções de mudanças sobre o que não lhe satisfaz e para facilitar o encontro de caminhos mais compatíveis com seus objetivos e valores.

Assim, o muito a ganhar com conhecimentos da história da Medicina e dos erros e acertos dos colegas que a desenvolveram desde Hipócrates (460ac-370 ac) pelas razões acima expostas inclui não ficar totalmente refém de continuidades de comportamento das últimas gerações que o coloque num modelo de profissionalismo em desequilíbrio com a sua visão de prática da Medicina.

Aliás, a celeridade com que novas maneiras de se conduzir sucedem-se ultimamente tem criado embates na convicção do jovem médico sobre amoldar-se na manada de vanguarda ou ficar com a sua própria determinação, o que reforça o valor da história da Medicina como ponto de referência para construções e desconstruções da  autenticidade de ser médico.

Algum bioamigo poderá contestar argumentando que o jovem médico, um Residente por exemplo, está longe de maduro para a crítica moral do aprendizado e do repentino modificado. Na minha experiência de décadas percebi que não é rara a obediência de praxe a condutas de quem lhe supervisiona que camufla pensamentos de contraposição que ficam retidos na memória e energizam o comportamento a sua maneira mais tarde. Nada diferente do que se verifica em biografias de médicos que fizeram história.

A Bioética da Beira do leito tem especial atenção com a validade e os limites dos modos da inserção do jovem médico na beira do leito em seus primeiros tempos profissionais, entendendo que a qualidade do alicerce do patrimônio moral de ser médico terá forte influência sobre as adaptações que precisará fazer  até a aposentadoria  no domínio do Pentágono da beira do leito. É a sua própria história como fonte de sabedoria.

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