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152- Eu pesquiso, tu consentes, nós progredimos. Dez passos para a iniciação científica.

passoIniciação científica é primeiro passo para desenvolver a compreensão do valor da pesquisa em Medicina. Conjugam-se o estudante de Medicina, o estímulo advindo do paciente e o mestre orientador.

Há regras para a pesquisa em seres humanos, o marco histórico é o Código de Nuremberg (1947). Ele objetivou criar a consciência do respeito à dignidade de quem é objeto de experiências médicas, logo após a segunda guerra mundial.

No Brasil, há  diretrizes e normas de pesquisa organizadas pelo Conselho Nacional de Saúde- Resolução 196/96 –http://conselho.saude.gov.br/docs/Resolucoes/ Reso196.doc

O estudante de Medicina que se interessa por pesquisa não deve ignorar dez passos.

Primeiro passo

Assegurar-se  do que se entende por pesquisa em ser humano: todo procedimento de qualquer natureza envolvendo o ser humano, cuja aceitação não esteja ainda consagrada na literatura científica.

Segundo passo

Considerar que o sujeito de uma Pesquisa clínica é 3V- Voluntário, Vulnerável (mais ainda) e Validador.

Terceiro passo

Consultar os artigos do Capítulo XII – Ensino e pesquisa médica do Código de Ética Médica vigente. Neles, o estudante de Medicina, embora ainda não diplomado, travará conhecimento com alguns termos-chave:

Consentimento por escrito

Independência em relação a financiadores

Necessidade de aprovação do protocolo por uma comissão

Proibição de  suspender a terapêutica consagrada em uso

Quarto passo

Cientificar-se que  não pode iniciar nenhuma pesquisa envolvendo seres humanos  sem a devida aprovação por um colegiado multidisciplinar denominado de Comitê de Ética em Pesquisa.

Quinto passo

Familiarizar-se com  outras definições  presentes na Resolução 196/96:

Protocolo de pesquisa- documento descritivo pormenorizado

Pesquisador responsável – coordenador e protetor da integridade e bem-estar dos sujeitos da pesquisa

Risco da pesquisa – possibilidade de danos ao ser humano em qualquer fase da pesquisa

Sexto passo

Conscientizar-se que pesquisa em ser humano exige respeito aos princípios bioéticos da Autonomia, Beneficência, Não maleficência (Segurança) e Equidade.

Sétimo passo

Compreender que um indivíduo objeto de pesquisa  é  um  voluntário que  precisa assinar que está de acordo antes de ser submetido a qualquer teste sem nenhuma certeza de resultados (Princípio da Autonomia). O documento funciona como consentimento e tem como característica ser expressão de  uma decisão livre (não imposta), esclarecida (com explicações em linguagem accessível) e revogável  a qualquer momento do desenvolvimento da pesquisa (liberdade para desistir).

 

Oitavo passo

Saber que a ocorrência de algum dano à saúde do voluntário suscita a possibilidade da sua retirada da pesquisa.

Nono passo

Dar-se conta que tão logo haja uma constatação de ampla superioridade da inovação em relação ao controle, o projeto de pesquisa deve ser suspenso.

Décimo passo

Reafirmar  seus próprios  princípios morais de acordo com  o repúdio a qualquer intenção de  falsear dados estatísticos ou deturpar sua interpretação.

 

Estes passos auxiliam o estudante de Medicina em iniciação científica avançar na direção da excelência ética de um futuro pesquisador médico do nosso país. Precisamos muito!

 

 

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